sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O que é sustentabilidade? Mitos e verdades por trás deste conceito

Fonte: http://goo.gl/enRRs

Caros leitores, quantos de vocês sabem realmente o que é sustentabilidade? Não vale olhar no meu perfil, nem no meu primeiro post, hein! Brincadeiras à parte, não estou aqui para propor adivinhações a vocês. Hoje, o tema do post é sobre o verdadeiro significado da palavra sustentabilidade, conceito que, em boa parte das vezes, é erroneamente difundido.
Em 1987, a norueguesa Gro Brundtland, na época presidente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas (ONU), publicou um livreto intitulado Our Common Future (Nosso futuro comum), e nele escreveu, pela primeira vez, o conceito de sustentabilidade que muitos conhecem:

"Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades".


A todo o momento a mídia divulga tal conceito, porém, acredito que essa divulgação não atenta para a sua clara definição e, muitas vezes, a população confunde sustentabilidade com, apenas, "salvar a natureza". Algumas vezes, presenciei pessoas fazendo cara feia quando eu ou algum conhecido pronunciava a palavra "sustentabilidade". São pessoas que, quando se fala em meio ambiente, logo nos taxam como "ecochatos", "ecoxiitas", ou qualquer outro desses apelidos infundados. Não quero dizer que não queremos proteger o meio ambiente, muito pelo contrário, porém, convém esclarecer que, nesses casos, ocorre uma confusão de conceitos. Quando falamos em sustentabilidade, não estamos falando em salvar o planeta, a qualquer custo, da maneira que for necessária. Estamos propondo um equilíbrio, uma visão que envolva tanto o meio ambiente, quanto a sociedade e a economia, em iguais proporções. 
Voltamos à definição de sustentabilidade feita por Gro. Note que ela não falou, em nenhum momento, em preservar nossos recursos intocáveis. Gro defendeu o desenvolvimento sustentável como uma forma de satisfazer nossas necessidades, porém, sem esgotar nosso planeta a ponto de as próximas gerações não possuírem os mesmos recursos que possuímos. Portanto, quando ouvir falar em sustentabilidade, por favor, não repita frases sem sentido algum como: "O Brasil precisa se desenvolver, vocês não podem querer atrasar nosso crescimento!". Não, ninguém está falando em fazer o Brasil parar de se desenvolver, certo? O que eu e muitos outros queremos é que o Brasil e o restante do mundo não se desenvolva de maneira a esgotar todos seus recursos naturais. Esse crescimento irresponsável, em algum momento, respingará na economia destes e, consequentemente, na população, que pagará um preço alto pelo esgotamento de tais recursos.
Para exemplificar: Supomos que um indústria X tenha sua demanda por energia suprimida por queima de combustíveis fósseis. Em dado momento, seu dono, o senhor João, resolve fazer uma pesquisa para descobrir se é mais viável, economicamente, o uso de painéis solares ou continuar com a queima. Após um estudo feito por uma empresa de consultoria, constatou-se que a indústria X teria um prejuízo de alguns milhares de reais, com o passar do tempo, se optasse pelo uso de painéis solares. O que seu João deve fazer, nesta situação? Optar por qual meio para suprir a demanda energética da indústria? Em um caso assim, utilizando o conceito de sustentabilidade, eu diria que ele deve continuar como está, e utilizar a queima de combustíveis fósseis. Achou estranho? Eu explico: se utilizar painéis solares fará com que a indústria do senhor João vá à falência, deixando centenas de funcionários desempregados, o uso dessa fonte energética não é sustentável nem para a economia da indústria, nem para a sociedade local, que perde empregos com o seu fechamento. Entendeu aonde quero chegar? Se um ato não é vantajoso para a economia, meio ambiente e sociedade, ao mesmo tempo, ele não é sustentável. Seu João deve procurar outra solução viável para sua empresa e o meio ambiente.
Agora, e se o seu João descobrisse que, utilizando painéis solares, ele terá lucros, a longo prazo? Neste caso, temos uma situação harmoniosa tanto para a indústria do seu João, quanto para seus funcionários e o meio ambiente, que deixa de receber poluentes. E se tanto o uso de painéis solares, como o uso da queima de combustíveis deixa a empresa do seu João na mesma, numa situação estável? Neste caso, acredito que se o seu João conhecesse o conceito de sustentabilidade, ele iria adotar o uso de painéis solares do mesmo modo, deixando sua produção completamente sustentável ao atentar para o meio ambiente também.
Portanto, ser sustentável é praticar cada uma das ações do dia-a-dia, desde de pequenos atos dentro de casa até o planejamento de um grande empreendimento, observando sempre o triângulo exposto no início do post, com a economia, o meio ambiente e a sociedade, um em cada ponta e com importância equivalentes. É por este motivo que sou contra à construção da tão comentada e polêmica usina de Belo Monte. Isso, porém, será assunto para o post do final de semana, portanto, guardem seus argumentos favoráveis ou desfavoráveis até lá!
Gostaria de esclarecer a vocês, agora, alguns mitos sobre a sustentabilidade. As afirmações relacionadas abaixo foram retiradas do site "Planeta Sustentável", cujo link está disponível no final da postagem. Os esclarecimentos, porém, são em minhas palavras, usando apenas algumas declarações retiradas do próprio site. Confira:

1. Ninguém realmente sabe o que significa sustentabilidade.
Como já citamos no texto, o conceito de sustentabilidade é sim definido e conhecido, porém, explicado de maneira incorreta pela mídia e por muitas pessoas, que desconhecem seu verdadeiro significado. Como bem disse o americano Anthony Cortese, fundador e presidente da organização educacional Second Nature, a questão não é simplesmente proteger o meio ambiente, "mas encontrar formas de preservar a capacidade da Terra de sustentar uma civilização próspera e moderna."

2. É um sinônimo de verde.
Apesar do "verde", ou seja, o meio ambiente, também estar incluído no conceito, este último não se limita apenas à  preservá-lo acima de tudo. É necessário encontrar alternativas para que a natureza seja preservada e o homem, ao mesmo tempo, possa se desenvolver e viver de maneira adequada. É neste ponto que entram as tecnologias limpas. Hoje em dia, é necessário o desenvolvimento constante de novas tecnologias que não agridam de maneira destrutiva o meio ambiente, mas que, também, auxiliem o ser humano a viver em boas condições. É o caso do uso de energias limpas, por exemplo, como a solar e a eólica, e o desenvolvimento de carros elétricos.

3.Trata-se, em resumo, de preservar a natureza.
Novamente,  Anthony Cortese diz: "Hoje, 70% dos recursos naturais são consumidos por apenas 25% da população mundial. Não basta cuidar desses recursos, é preciso encontrar uma forma de garantir uma vida saudável para todos." Não há como preocupar-se somente com a natureza, no mundo em que vivemos. Há também preocupações sociais e econômicas em jogo, e uma dessas preocupações é garantir que a natureza seja preservada sim, mas que todos tenham acesso a seus recursos, sem esgotá-la.

4. É outra palavra para reciclagem.
Lógico que reciclar é importante. Geralmente, a palavra "reciclagem" é uma das primeiras que vêm à cabeça quando se fala em sustentabilidade. Porém, o mais importante seria escolher produtos com menor impacto ambiental, assim como reformular embalagens que demoram muito tempo para se decompor, por exemplo. Em suma, reciclagem é importante, mas é apenas a parte final de todo um processo verdadeiramente sustentável.

5. Custa muito caro.
Como eu disse, se uma mudança no modo de vida de uma pessoa ou no processo produtivo de uma indústria trouxer prejuízos, então não é um ato sustentável. Deve-se pensar em alternativas que, no futuro, possam ao menos não prejudicar, se não resultarem em lucros. Anthony Cortese cita a Interface, a maior fabricante mundial de carpetes, como exemplo, que "economizou 400 milhões de dólares nos últimos dez anos somente por reduzir o desperdício de matéria-prima utilizada na produção".

6. Significa reduzir o padrão de vida.
Na verdade, ser sustentável implica em uma reflexão sobre o que é necessário para se viver, sem exageros ou desperdícios, não uma crítica ao alto padrão de vida de algumas pessoas. Como já foi citado, é necessária a produção de tecnologias capazes de suprir a demanda da população por alimentação, água, energia, etc., porém, sem agredir ao meio ambiente. O importante é repensar conceitos, sobre o que é realmente importante para se ter uma vida boa, ou seja, é uma questão de consciência, não de reduzir a qualidade ou o padrão de vida.

7. Depende dos consumidores e militantes, não do governo.
Outro grande engano. O engajamento da população é importantíssimo, porém, apenas o governo tem poder de fato para promover mudanças efetivas na sociedade, através da legislação e de tomadas de decisões. É muito comum, por exemplo, ouvirmos que os grandes culpados em tragédias de deslizamento de terra sobre residências são os próprios moradores destes locais. Ninguém se lembra, no entanto, de que o governo tem o dever de garantir que áreas em que habitações sejam proibidas, venham a ser ocupadas. O governo tem, sim, uma grande parcela de participação nas ações da sociedade.

8. Novas tecnologias são a solução.
Nem sempre. Às vezes, algo que já temos a disposição em nosso dia-a-dia poderia ajudar em um modo de vida sustentável, como a melhoria do transporte público, por exemplo, que incentivaria a população a utilizá-lo.

9. O cerne do problema é a superpopulação.
Não exatamente. A China hoje, com 1,3 bilhão de habitantes, aproximadamente, é o maior produtor de gases de efeito estufa no mundo, porém, suas emissões per capita correspondem à 30% das emissões dos Estados Unidos, que possui 310 milhões de habitantes, por exemplo. Mais uma vez, trata-se mais de rever padrões de vida que geram desperdícios em excesso, sem necessidade. Claro que, com uma população menor, o mundo consumiria menos, porém, isso não é justificativa para não ser sustentável. "A culpa não é só do tamanho da população, mas também da integração do crescimento populacional com os hábitos de consumo da sociedade", diz Anthony Cortese.

10. É fácil viver de forma sustentável.
Não é. Viver de forma sustentável implica em planejamento, em avaliar, a longo prazo, os impactos econômicos, sociais e ambientais em determinada ação. O site "Planeta Sustentável" cita: "Um exemplo: a derrubada de uma floresta para plantar cana para a produção de etanol. O uso do combustível alternativo seria benéfico no que diz respeito à emissão de gases do efeito estufa. Mas a derrubada da mata, por sua vez, encheria a atmosfera com mais dióxido de carbono." Todos as consequências devem ser levadas em consideração em uma tomada de decisão.


Agora que você entendeu o verdadeiro conceito de sustentabilidade, aplique-o no seu dia-a-dia, mas de forma realmente efetiva e consciente.

Saiba mais:
10 mitos sobre a sustentabilidade

2 comentários:

  1. Olá Silvania,
    encontrei você pelo diHITT e acompanhei seu blog,é muito bom ver que tem pessoas que se preocupam com o meio ambiente e que gostam de passar esse tipo de informação para as outras pessoas,parabéns pelo seu trabalho,abraços,Giovanna Mello.

    http://bloguedehooby.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Giovanna!
      Muito obrigada viu! A minha intenção com o blog é essa mesmo, informar. Continue sempre acompanhando as postagens :)
      Abraços!

      Excluir

Parceiros

Procurando o que fazer na internet? Acesse o Minilua!
Está no seu momento de descanso né? Entao clique aqui!
Uêba - Os Melhores Links LinkLog Aconchego e Descanso Ideias Green Coluna Zero Autossustentável Colmeia: O melhor dos blogs Receitas de Todos Nós Preserve Sim